terça-feira, 21 de outubro de 2008

Presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão defende investimento na investigação na Região Demarcada do Dão

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) defendeu um maior investimento na área da investigação, na Região Demarcada do Dão, com o aproveitamento dos recursos humanos do Centro de Estudos de Nelas.
Segundo Valdemar Freitas, "tem havido um desinvestimento na área da investigação". "Na minha opinião, nos últimos anos, não têm sido aproveitados os recursos humanos riquíssimos que tem o Centro de Estudos de Nelas", acrescentou.
No final da cerimónia que assinalou o centenário da Região Demarcada dos Vinhos do Dão, que decorreu no Solar do Dão, em Viseu, Valdemar Freitas considerou que "a investigação é fundamental, tanto nesta Região, como noutras". "Hoje, sem qualidade não é possível colocar vinhos nas prateleiras e aumentar a quota de mercados", justificou.
O presidente da CVRC mostrou-se também preocupado com o facto da Região Centro ainda não ter Entidade Certificadora. "Entrámos numa situação de impasse, depois de imensas negociações com a Bairrada e a Beira Interior", contou.
Valdemar Freitas referiu que ainda não houve acordo para a formação da Entidade Certificadora porque "não aceitam que o Dão tenha maior representação no conselho geral". "Já fizemos cedências, reduzindo a representatividade para 50 por cento. Mesmo assim, não foi conseguido", disse, considerando que agora só o Instituto do Vinho e da Vinha é que pode resolver o problema.
Durante a cerimónia de aniversário da primeira região portuguesa produtora de vinhos não licorosos a ser demarcada e regulamentada, foi também apresentado o livro "Imagens que os Vinhos Dão". Trata-se de uma obra que reúne um conjunto de fotografias da autoria de José Maria Pimentel, em que se vê "o Dão pela objectiva". De acordo com o autor, "o livro pretende, pela mão do vinho, fazer viajar as pessoas pelo Dão".
A Região Demarcada do Dão ocupa hoje cerca de 388 mil hectares, sendo que 20 mil são de vinhas. Produz anualmente cerca de 50 milhões de litros de vinho no Dão, dos quais 40 a 50 por cento são susceptíveis de obterem a Denominação de Origem.
Está segmentada em sete sub-regiões: Alva (municípios de Oliveira do Hospital e Tábua), Besteiros (municípios de Mortágua, Santa Comba Dão e 22 freguesias de Tondela), Castendo (municípios de Penalva do Castelo e duas freguesias do Sátão), Serra da Estrela (19 freguesias do município de Gouveia e 19 freguesias de Seia), Silgueiros (cinco freguesias de Viseu), Azurara (município de Mangualde) e Terras de Senhorim (municípios de Carregal do Sal e Nelas).

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